“Se no passado a economia condicionou a utilização do meio ambiente, sem se preocupar com a degradação e exaustão de seus recursos, atualmente parece ser o meio ambiente que deve condicionar a economia” (Comune, 1994, p. 45-46).

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XI Encontro da Sociedade Brasileira de Economia Ecológica

XI Encontro da Sociedade Brasileira de Economia Ecológica
XI Encontro Nacional da Sociedade Brasileira de Economia Ecológica (ECOECO) e VII Congreso Iberoamericano de Desarrollo y Ambiente (CISDA) 2015 "Aplicações da Economia Ecológica nas Políticas Públicas Latino-americanas"

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Uma expectativa de avanço na CoP-16 em Cancún

Por Ronaldo Seroa da Motta; 29/11/2010

Publicado em Valor Econômico (impresso), Opinião. Original.


O secretário-geral da ONU estabeleceu um grupo consultivo de alto nível para estudar a viabilidade do objetivo de financiamento proposto no protocolo de Copenhague de levantar US$ 100 bilhões por ano até 2020 para apoiar atividades de mitigação e adaptação climática nos países em desenvolvimento.
O relatório disponível no site da ONU, conhecido como AGF Report, foi apresentado em 5 de novembro e afirma que esse objetivo de financiamento é desafiador, mas possível. Esse será certamente um dos temas mais promissores da CoP-16 da Convenção do Clima que começa hoje em Cancún.
Não é difícil entender a importância do tema. Com crescimento econômico mais tardio, a responsabilidade histórica dos países em desenvolvimento para o problema do aquecimento global é muito menor que a dos países ricos, mas é justamente nesses países que existem opções de mitigação mais baratas e onde os impactos climáticos serão mais sentidos pela sua população. Assim, por questões de equidade e eficiência, o financiamento das ações de mitigação e adaptação dos países em desenvolvimento é uma etapa crucial na agenda internacional de combate ao aquecimento do planeta. É quase consenso que ao se resolver essas questões de financiamento criam-se os incentivos e compensações para que os países em desenvolvimento possam se comprometer com metas mais ambiciosas de redução de emissões, o que facilitaria a discussão de um futuro acordo global.
Existem recursos se os países desenvolvidos estiverem dispostos realmente a fechar um futuro acordo climático
As fontes propostas foram inúmeras e variadas. As receitas foram estimadas com base no pressuposto de que as opções de mitigação terão um custo de oportunidade em torno de US$ 20 a US$ 25 por tonelada de CO2 equivalente em 2020. Inicialmente foram consideradas as doações diretas dos países desenvolvidos no valor de US$ 30 bilhões já acertadas no Acordo de Copenhague. Outra fonte seria derivada de leilões de direitos de emissão que os países signatários do Protocolo de Kyoto distribuem para os agentes econômicos emissores. Adicionalmente foram sugeridas receitas de uma série de taxas de valor bem baixo, tipicamente para fins arrecadatórios, sobre emissões e energia fóssil aplicadas nos países desenvolvidos.
Mais controversas foram as opções de taxas sobre transporte aéreo e marítimo internacional, as taxas sobre transações internacionais de mercado de carbono ("off set") e parte das receitas de um imposto sobre transações financeiras internacionais.
O relatório avaliou essas fontes em relação a um conjunto de critérios, tais como, receita potencial, eficiência, equidade, incidência sobre os países em desenvolvimento, praticidade, confiabilidade, adicionalidade e aceitabilidade. Na maioria dos casos, o próprio relatório afirma explicitamente que a avaliação desses critérios não foi um consenso no grupo.
Por exemplo, os conselheiros concordaram que a tributação sobre transportes internacionais e finanças não deveria ser incidente sobre os países em desenvolvimento, mas há discordâncias sobre como evitar isso: por meio de uma isenção desses impostos para esses países ou que esses ficassem com a receita gerada nas suas atividades tributadas.
O relatório também reconhece que a contribuição de bancos multilaterais só pode ser adicional se houver aumento de capital nesses bancos de modo a evitar que outros investimentos percam créditos. E que a alavancagem do capital privado depende fortemente em cenários de mitigação do risco regulatório, que dependerá dos acordos internacionais. O relatório também afirma que a tributação de transações internacionais não é viável no curto prazo. E que impostos sobre as compensações internacionais de redução de emissões ("offsets") não seriam facilmente implementados pelas dificuldades em medir lucros e beneficiários.
Embora o Relatório tente dar ênfase às fontes alternativas, é fácil perceber que as fontes mais promissoras continuam sendo as doações diretas de US$ 30 bilhões dos países desenvolvidos, a alocação de 10% da arrecadação sobre leilão de direitos de emissão em mercados de carbono que foram estimadas em outros US$ 30 bilhões e a arrecadação de novos tributos sobre energia nos países desenvolvidos que poderiam somar também US$ 30 bilhões. Isto é, só as fontes que incidem direta e somente nos países ricos seriam capazes de gerar US$ 90 bilhões, sem contar que esse valor pode ser mais elevado se os níveis de tributação e os percentuais de alocação dessas receitas forem maiores. Assim, se o repasse da receita com leilões de direitos de emissão subisse para 20% já teríamos arrecadado mais que os acordados US$ 100 bilhões.
Do ponto de vista dos países em desenvolvimento as receitas provenientes de fontes públicas (doações e receitas tributárias) geradas nas economias desenvolvidas são as opções que teriam o menor impacto no seu crescimento econômico e comércio internacional. Novos impostos internacionais sobre transporte, "off set" ou finanças, pelo contrário, mesmo que neutros para os países em desenvolvimento, podem afetar negativamente o comércio e a trajetória de crescimento das economias em desenvolvimento, além de distorcerem um possível mercado internacional de carbono como o Redd ( mecanismo para redução de emissões de desmatamento e degradação) ou outro mecanismo de mercado.
Em suma, há recursos de financiamento se os países desenvolvidos estiverem dispostos realmente a dar esse passo significativo para um futuro acordo climático e, para tal, as propostas baseadas em suas fontes públicas devem ser encorajadas, inclusive com maiores percentuais de alocação ou níveis de tributação. Outras fontes propostas podem até ser complementares, mas ainda necessitam uma avaliação mais cuidadosa para evitar impactos negativos nos países em desenvolvimento que serão afinal recipientes desses fundos.
Ronaldo Seroa da Motta é pesquisador do Ipea e editor do capítulo de políticas nacionais do Grupo de Trabalho III do IPCC.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Decrescimento econômico socialmente sustentável, artigo de Joan Martinez Alier

A crise econômica de 2008-2009 oferece a oportunidade de colocar a economia dos países ricos numa diferente trajetória, no que concerne os fluxos de energia e de materiais.
Antes de 2008, as emissões mundiais de dióxido de carbono cresciam 3 por cento ao ano, e prevê-se que atingiríamos 450 ppm (partes por milhão) em 30 anos. As emissões de dióxido de carbono atingiram um «pico» em 2007. Chegou a hora de uma transição socioeconómica permanente que baixe os níveis de uso de energia e de materiais, incluindo o decréscimo de AHPPL (AHPPL: apropriação humana de produção primária líquida). A crise pode abrir também a oportunidade de uma reestruturação das instituições sociais. O objetivo nos países ricos deveria ser o de viver bem sem o imperativo de crescimento económico.
Além disso, estaremos a caminho de uma redução da população mundial quando esta chegar ao pico dos 8 mil (ou 8,5 mil) milhões, reduzindo assim a pressão sobre os recursos e vazadouros (sinks) na segunda metade do século XXI.
Fonte: Portal EcoDebate.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Avançamos com a COP-10?

Conferência do Japão celebrou acordos inéditos que servirão de base para o combate à biopirataria e proteção de ecossistemas. Alguns compromissos, porém, beiram a utopia
Publicado pela Gazeta do Povo, Caderno Vida & Cidadania - Meio Ambiente, em 03/11/2010 | FABIANE ZIOLLA MENEZES, COM AGÊNCIAS



Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Depois de duas semanas de negociação, em Nagoya, no Ja pão, representantes de 193 países chegaram a acordos para a conservação e o uso sustentável da biodiversidade global na 10.ª Confe rência das Partes (COP-10) da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB). No pacote está um plano estratégico de 20 metas para 2020 e a aprovação de um protocolo global inédito de acesso e repartição de benefícios relacionados ao uso de recursos genéticos chamado de ABS (sigla em inglês para Access and Benefit-Sharing, ou Acesso e Repartição de Benefícios), que será um dos principais instrumentos no combate à biopirataria.Continue a leitura - clique aqui.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

O mundo se aflige, o Brasil esquece

Por Washington Novaes - O Estado de S.Paulo, em 29 de outubro de 2010 | 0h 00


Não terá sido por falta de informações sobre a gravidade da situação dos recursos naturais no mundo que foram tão difíceis as negociações no Japão, desde a semana passada, no âmbito da Convenção da Diversidade Biológica. Enquanto ali se sucediam os impasses, na Assembleia-Geral da ONU era apresentado um relatório sobre o direito à alimentação em que se afirma que a cada ano são perdidos no mundo 30 milhões de hectares cultivados, ou 300 mil quilômetros quadrados, área equivalente à da Itália, mais que o Estado de São Paulo - por causa de degradação ambiental e urbanização. "500 milhões de pequenos agricultores sofrem de fome porque seu direito à terra é atacado", diz o documento (France Presse, 22/10).
A redução da biodiversidade significa perdas anuais entre US$ 2 trilhões e US$ 4,5 trilhões, confirma o relatório Economia de Ecossistemas e Biodiversidade, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). O relatório da Global Footprint Network diz que a sobrecarga já imposta aos recursos naturais pela atividade humana exigirá (ou exigiria) que em 2030 precisemos de mais um planeta como a Terra para mantermos os formatos e o ritmo. Em 40 anos se perderam 30% da biodiversidade global. E 71 países já enfrentam déficits na área dos recursos hídricos.
É preciso começar a computar nos cálculos do produto interno bruto (PIB) de cada país as perdas sofridas por esse caminho, diz o Pnuma. E inevitavelmente faz lembrar mais uma vez o falecido secretário nacional do Meio Ambiente José Lutzenberger, segundo quem não há nada melhor para aumentar o PIB que um terremoto - porque os prejuízos não são incluídos nessas contas e o valor da reconstrução é todo adicionado.
O fato é que as perdas são brutais. E um dos setores em que isso se tem tornado mais evidente é o dos ecossistemas marinhos, embora o I Censo Marinho Global diga (Agência Estado, 10/10) que os anos dourados das descobertas da riqueza de espécies dessas áreas ainda estejam por vir. Até agora foram identificadas 250 mil espécies marinhas e os cientistas acreditam que haja pelo menos mais 750 mil - fora milhões de espécies de micróbios (90% da biodiversidade oceânica), que talvez sejam bilhões. A situação mais grave é a dos corais, por causa da acidificação das águas. De acordo com a Organização Mundial para a Alimentação e a Agricultura (FAO), da ONU, três quartos das espécies de peixes estão em perigo no mundo todo, próximas do esgotamento, por causa de pesca excessiva, inclusive em lagos e outros ecossistemas continentais, afetados pelo carreamento de nutrientes das lavouras.
No Brasil, segundo estudo publicado na revista Nature (Estado, 30/9), a situação é grave principalmente no Sudeste e no Nordeste. Rios e lagos contribuem hoje com pelo menos 13 milhões de toneladas anuais de pescado, que podem chegar a até 30 milhões, afirma o Pnuma (20/10). É uma atividade particularmente importante para a geração de proteínas para crianças e de trabalho para mulheres.
Umas das razões para a gravidade da situação nos oceanos está na falta de zonas costeiras e marinhas protegidas. No Brasil mesmo, são apenas 1,5% do total, segundo o experiente diretor de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, Bráulio Dias (Estado, 3/10), quando a proposta no Japão foi de proteger pelo menos 20% dos ecossistemas em terra e no mar. Menos de 10% das espécies marinhas em águas brasileiras são conhecidas.
E há uma "bomba de tempo" à espera nos oceanos, alerta a revista New Scientist (4/9/10): o imenso estoque de óleo diesel acumulado nos porões de milhares de navios afundados durante a 2.ª Guerra Mundial, que faz parecer brincadeira de criança o recente vazamento de petróleo no Golfo do México, 20 vezes menor do que aquele estoque. O apodrecimento dos cascos levará a vazamentos nas próximas décadas.
Diante de todo esse quadro, não podem deixar de preocupar muito os rumos impostos à captura de pescado pelo nosso Ministério da Pesca, principalmente o recente edital (O Eco, 27/7) que abre as águas brasileiras para embarcações estrangeiras, navios que serão arrendados, com isenção fiscal, para incentivar a pesca de atum espadarte. Será uma festa para frotas que já recebem 1 bilhão em subsídios da União Europeia. Isso quando são conhecidos os estudos oficiais do Revizee, que consideram ameaçadas 80% das espécies marinhas brasileiras pescadas - enquanto o Ministério não deixa de apregoar seu objetivo de multiplicar por dez a tonelagem pescada.
Da mesma forma, não podem deixar de inquietar editais do Ministério que abrem novas áreas em terra e no mar. A aquicultura já aumentou a produção em 44% entre 2007 e 2009. A produção total brasileira de pescado subiu 25% em oito anos e chegou a 1.240 mil toneladas em 2009. Na aquicultura foram 416 mil toneladas em 2009 (quando muitos estudos internacionais dizem que na aquicultura o consumo de recursos é maior que a produção); na pesca extrativa, 825 mil toneladas. Mas "a gestão pesqueira é um caos", dizem os especialistas (Estado, 3/10). E o Ministério do Meio Ambiente quer controlar a expansão, trafegando na direção contrária à do Ministério da Pesca - que em sete anos teve suas dotações orçamentárias ampliadas de R$ 11 milhões para R$ 803 milhões, 73 vezes mais. Nesse período, a produção de pescado passou de 990 mil toneladas anuais para menos de 1,3 milhão de toneladas (Estado, 26/6).
É evidente que o quadro brasileiro precisa ser repensado. Seja pelo contraste entre os objetivos oficiais no setor e o que dizem estudos sobre a situação das espécies pescadas, seja pela grave situação dos recursos marinhos no mundo, enfatizada pelos estudos e discussões na Convenção da Diversidade Biológica. Não há como não levar a sério os diagnósticos e não caminhar para políticas adequadas em matéria de conservação. As futuras gerações vão cobrar.
JORNALISTA
E-MAIL: WLRNOVAES@UOL.COM.BR

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Queremos proteger a biodiversidade?

Por  Luiz Fernando Krieger Merico, coordenador Nacional da UICN no Brasil, doutor em Geografia pela USP e autor de "Economia e sustentabilidade: o que é, como se faz". Editora Loyola, em artigo publicado no jornal Valor, 04-10-2010.
Leia o artigo, muito interessante. Clique aqui.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

A Sociedade, a Economia e a Floresta, artigo de Cristiano Cardoso Gomes




A estabilidade econômica e as oportunidades comerciais têm ampliado o crescimento do país, o PIB tem crescido a dígitos cada vez maiores. As projeções e cenários e que haja um crescimento da economia de 6,7% ao ano (IBGE 2010). Crescendo a esse ritmo em duas décadas dobraremos nosso PIB.

Por outro lado, a volutabilidade do país tem diminuído com a redução da divida externa, contudo, não se pode dizer que os acontecimentos econômicos externos não podem influenciar na nossa economia, haja vista que a exportação tem sido um dos canais de escoamento da produção.


O Programa Minha Casa Minha Vida, propõe financiar um milhão de casas, a indústria automotiva vendeu 3,14 milhões de carros em 2009 e espera um crescimento de 18,9% em 2010. A indústria da construção civil tem vivido um boom de crescimento, assim como muitos outros setores da economia, além de que, a descoberta das resevas de petróleo do pré-sal põe o Estado em condições de ampliar o investimento e facilitar o crescimento.

Diante desse maravilhoso quadro para o presente e o futuro, estão os consumidores, os que adquiriram sua sonhada casa, realizaram a desejada reforma, a aquisição ou troca de carro. Tudo proveniente de oferta e participação de nossas florestas.

Como a floresta pode contribuir com um carro ou uma casa? Vejamos: O carro ― fabricado em chapas de aço ― necessita de lenha para os altos fornos, e carvão para o ferro-gusa que dá boa liga ao associar-se com o minério; Já a casa, teve seus tijolos e telhas queimados com lenha. Parte dessa lenha e carvão utilizados, veio do plantio e/ou de florestas manejadas ou mesmos de desmatamento.

Enquanto nos saciamos e a popularidade presidencial amplia ― as nossas florestas agonizam ― agoniza por serem usurpadas para gerar energia, matéria e produtos para diferentes seguimentos de consumo e produção.

Não tenho nenhum interesse de propor a parada do crescimento em função de que as florestas estão agonizando, agonizam por causa de uma sociedade que não teve oportunidade de acessar os bens historicamente desejados. Quero apenas registrar que não há desenvolvimento sem floresta, e da forma como vai, corre o risco de ficar sem elas.

Por traz da necessidade de crescimento é importante planejar, estimular e criar políticas que ampliem a oferta de bens florestais para suprir as necessidades de crescimento, e que o uso de lenha e carvão, não seja caracterizado como tecnologias caducas e ultrapassadas, mas, como bens renováveis e sustentáveis.

O crescimento da economia permite investimentos na educação e na cultura, proporciona lazer e bem estar social, isto se bem aplicados. Crescer é importante, contudo, a sustentabilidade está ameaçada, não pelo esgotamento das florestas em um ciclo que dobre o PIB, mas, pelos danos ocasionados pelo mau uso da floresta.

Usar a floresta não é ruim, dependendo da forma que é explorada. Exploração sem manejo, sem planejamento, ultrajando a legislação e desrespeitando o conhecimento empírico, é ruim.

Por outro lado, o processo legislatório de uso das florestas impõe tantas normas, regras e complacentismo ambiental que é mais tranquilo usar sem respeitar, fugindo do olho doente dos organismos ambientais.

As florestas fazem parte de nossa vida, favorecendo a conservação das nascentes, protegendo as margens dos rios, aquecendo-nos com uso da lenha, servindo de energia para caldeiras e fornos em indústrias, nas cerâmicas de telhas e tijolos, na indústria de cosméticos, na fabricação de papel, como goma celulósica usada nos cremes dentais, na borracha usada em luvas, camisinhas, sapatos e pneus, além de servirem de pastagem para caprinos, ovinos e bovinos, e como pasto apícola. As florestas estão em nossas lembranças, desde o nascimento, com um bercinho, até na passagem desse mundo para outro.

Não deveríamos chorar por ver uma árvore tombar ao ser cortada, com isso estaremos renegando o seu uso em nossa vida. É uma hipocrisia ser contra o uso das florestas, não podemos viver sem uso dos serviços, bens, e dos produtos florestais que são tão importantes e presentes em nossa vida, e ao mesmo tempo distante de nossas cidades que chegamos a desconhecer o que usamos, e em dados momentos até condenamos o uso.

Usar é importante, contudo, é preciso conhecer, estudar e planejar esse uso. Atividade que se dá a partir do inventário florestal, uma atividade que consiste em medir, identificar, quantificar o volume, definir a estrutura e a fitossociologia (tipo e quantidade de plantas na estrutura florestal). Essas informações somada a dados da fauna, solo e clima, subsidiam a estruturar um plano de uso, denominado de plano de manejo florestal, um instrumento que considera o uso, de modo que ao concluir um ciclo, a floresta apresente o mesmo volume e estrutura.

Nosso Estado e sociedade precisam facilitar e financiar a atividade florestal de forma que possibilite o uso sustentável das florestas, desta forma, nosso crescimento dar-se-á sem maiores danos ambientais. Também é importante ampliar o conhecimento das espécies nativas, o seu comportamento, produção, efeitos associativos, necessidade nutricionais, edaficas, climáticas e dentre outros.

Um cultivo agrícola produz em geral de 3 a 6 meses, enquanto uma árvore pode levar de 4 a 30 anos para ser aproveitada. Quem vive para comer, tirando o pão a cada dia não tem como esperar, assim, o Estado tem importante papel no financiamento e custeio desse tipo de atividade de longo prazo.

A sociedade pode e deve buscar produtos oriundos de florestas manejadas e/ou plantadas, quebrando o paradigma de ver uma árvore no chão, fazer um estardalhaço e chorar, o choro só faz sentido ser for fruto de desmatamento, caso seja proveniente de floresta manejada ou cultivada não há por que, pois, as florestas compõem nosso desenvolvimento. Da mesma forma que uma manga é colhida, uma árvore pode e deve ser colhida e aproveitada seja sua madeira ou produtos, do contrário nosso crescimento para. Assim, os ministérios que cuidam de investimentos devem também estimular a atividade florestal ― do contrário ― as obras e as ações esbarrarão na falta de produtos florestais sustentáveis. Apesar de que na atualidade as diferentes cadeias produtivas não têm produtos sustentáveis em suficiência, estando às mesmas em desequilíbrio.

O uso devido gera emprego, renda, riqueza e distribui muito mais do que as empresas petrolíferas, sobretudo quando se maneja florestas, sem contar que as mesmas podem ser uma fonte inesgotável de produtos e possibilitam maior fixação de carbono a depender das práticas de manejo adotadas.

Cristiano Cardoso Gomes é Engenheiro Florestal e Licenciado em Ciências Agrícolas pela UFRPE e pós-graduando em Gestão de Projetos pela Faculdade Estácio de Sá, atua como consultor para ONGs, organismos internacionais e órgãos governamentais. E-mail: biomacaatinga{at}gmail.com

Fonte: EcoDebate, 03/09/2010

I Forum Umwelschutz

I Forum Umweltschutz - Proteção e Cuidado com o Meio Ambiente



Fonte: Sindimetal.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

“Economia verde, inclusiva e responsável: o caminho adiante para as empresas no século 21”, por Paulo Itacarambi*


Esta expressão reflete, mais que um modismo, o anseio mundial para que as empresas participem mais ativamente da solução dos problemas que afetam o planeta e põem em risco a própria existência da espécie humana. 

Para dar conta dessas demandas, é preciso entender que, para os negócios, o século 21 começou sob o signo de duas crises – a financeira e a climática –, que se abrem em múltiplas oportunidades, desde que a empresa esteja disposta a mudar a maneira de fazer negócio e, com isso, transformar também o mercado e a sociedade. 

Esta nova economia que vem surgindo tem tido várias denominações e, por isso, muitos chegam a se confundir. No entanto, há diferenças importantes. 

Um dos primeiros nomes a surgir na mídia foi o de “economia de baixo carbono”, associada às preocupações com os impactos das mudanças climáticas no planeta. Nesta visão, o esforço para capturar e reduzir emissões dos gases de efeito estufa (principalmente o gás carbônico) é entendido como prioridade número um. Por isso, em nível mundial, empresas e governos vêm sendo cobrados para que adotem inventários de emissões e ações para reduzir e até mesmo zerar o carbono. 

Ao refletir mais profundamente sobre o aquecimento global, no entanto, um segmento cada vez maior da sociedade vem se conscientizando de que capturar e reduzir não é suficiente. O planeta tem recursos limitados, finitos e alguns deles, imprescindíveis para a continuidade da espécie, estão praticamente esgotados ou escassos, como a água. Assim, não basta reduzir as emissões. É preciso também racionalizar o uso desses recursos, por meio de reciclagem, de desenvolvimento de alternativas etc. Além de gastar menos recursos naturais, precisamos também recuperá-los, mantê-los e valorizar os serviços que eles nos prestam, chamados de “serviços ambientais”. 

O que é, afinal, um serviço ambiental? É o nome “técnico” dado à capacidade que a natureza tem de regular o clima, fornecer água potável, solos férteis, florestas, ar limpo e biodiversidade. Estes serviços, até bem pouco tempo atrás, eram considerados “infinitos” e “autorrecuperáveis”, não havendo, portanto, a necessidade de preservá-los. A consciência de que são finitos e necessitam de “cuidados” para não cessarem fez surgir outra visão de economia, mais ampla que a de baixo carbono: a economia “verde”, que tem os limites do planeta como paradigma. Esta visão procura integrar os processos de produção aos serviços ambientais, valorizando estes últimos, preservando os ecossistemas, entendendo-os como a base material da produção, aumentando a ecoeficiência e respeitando os limites do planeta. 

As empresas já perceberam as incontáveis oportunidades abertas por este novo modo de lidar com a natureza e vão se posicionando com soluções e tecnologias de baixo impacto ambiental. 

Afinal, atender essa demanda da sociedade pode significar a substituição da maior parte dos produtos atuais e a reestruturação da quase totalidade do parque industrial em operação. 

No entanto, essa perspectiva ainda não é suficiente para a sustentabilidade. Ainda é preciso dar conta da distribuição mais equitativa da riqueza, aumentar a participação do trabalho em relação à riqueza gerada, desenvolver as comunidades e valorizar as atividades que não entram no PIB. É preciso também mudar as relações sociais, porque onde há desigualdade falta ética. 

Enfim, é preciso associar as dimensões sociais e éticas à tendência de crescimento da economia verde. Precisamos de uma “economia verde, inclusiva e responsável” para construir a sociedade sustentável que almejamos. Uma economia em que processos, produtos e serviços sejam desenhados para preservar a integridade ecológica do planeta e promover o desenvolvimento equilibrado das comunidades, bem como criar oportunidades de acesso a consumo, a renda e a direitos, num ambiente de confiança, diálogo e democracia. 

* Paulo Itacarambi é vice-presidente executivo do Instituto Ethos. 




Artigo publicado originalmente na edição de agosto de 2010 da revista Think & Love, produzida pela Repense Comunicação.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

"Florestas plantadas" sequestram menos carbono que florestas naturais



[Por Henrique Cortez, do EcoDebate] Plantações de sequestram menos carbono que as florestas naturais, de acordo com um novo estudo [Ecosystem Carbon Stock Influenced by Plantation Practice: Implications for Planting Forests as a Measure of Climate Change Mitigation] publicado recentemente na revista científica de acesso aberto PLoS ONE.
Sintetizando 86 estudos experimentais entre as plantações e os seus homólogos da floresta natural, pesquisadores da University of Oklahoma e da Fudan University, em Xangai, concluíram que a plantações de árvores podem reduzir substancialmente o estoque de carbono nos ecossistemas, em comparação com florestas naturais.


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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Lixo Tóxico Gera Ursos Polares Hermafroditas


Por David Usborne 

Pesquisadores da vida selvagem têm detectado novas evidências de que os ursos polares do Ártico, já severamente ameaçados pelo derretimento dos gelos eternos de seus habitats face o aquecimento global, estão sendo envenenados por compostos químicos comumente utilizados na Europa e na América do Norte para retardar a capacidade de queima de objetos domésticos tipo sofás, roupas e carpetes. Uma equipe de cientistas do Canadá, Alaska, Dinamarca e Noruega estão fazendo soar o alarme sobre os retardantes de chamas, conhecidos como polybrominated diphenyls ou PBDEs (nt.: polibromatos difenilos). Dizem que depósitos significativos recentemente foram detectados nos tecidos gordurosos dos ursos polares, especialmente no leste da Groenlândia nas ilhas Svalbard da Noruega. Estudos estão ainda sendo feitos com relação de qual o impacto que estes químicos podem estar sendo quanto aos ursos. Testes em animais de laboratório como camundongos indicaram que seus efeitos podem ser consideráveis, atingindo as glândulas sexuais e as tiróides, a habilidade de locomoção e as funções cerebrais.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Fusão cria megaempresa de engenharia ambiental

Josette Goulart, de São Paulo, 16/08/2010
A nova empresa conta em sua composição acionária com fundos de investimento e já nasce como candidata a ser listada em bolsa
A Estre Ambiental e a Haztec Soluções Integradas anunciam hoje sua fusão e a criação da maior empresa de engenharia ambiental do país, com faturamento superior a R$ 1 bilhão. A nova companhia ultrapassa a Foz do Brasil, empresa do grupo Odebrecht, que estima faturar neste ano R$ 780 milhões, e ganha força para explorar um mercado que deve deslanchar vigorosamente a partir de agora, com a lei de tratamento dos resíduos sólidos e a pressão crescente contra a degradação do ambiente.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Cidade paulista vai transformar lixo em energia

Da Agência Ambiente Energia - A prefeitura da cidade de São Bernardo do Campo, em São Paulo, planeja iniciar em 2012 as obras do projeto para o Sistema de Processamento e Reaproveitamento de Resíduos, integrado à Usina de Recuperação de Energia. Batizada de usina verde, a unidade produzirá até 30 MWh, o suficiente para abastecer uma cidade com cerca de 300 mil habitantes. O investimento na construção da usina está estimado em R$ 220 milhões, feito por meio de Parceria Público Privada.
Segundo a prefeitura da cidade, a usina ocupará uma área de 30 mil metros quadrados. O município gasta, por ano, R$ 14 milhões para descartar seus resíduos no aterro Lara, em Mauá. A projeção é que, com o sistema de processamento, os custos caiam pela metade. O biogás produzido pelos resíduos orgânicos também será queimado e utilizado para gerar energia elétrica. Por fim, o subproduto desse processo poderá ser transformado em adubo por meio do processo de compostagem.

Produção de etanol não traz desenvolvimento social

Pesquisador do Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS) da UnB analisa 306 municípios produtores de cana-de-açúcar e conclui que impulso econômico não se traduziu em melhora para a população
Os municípios produtores de etanol no estado de São Paulo não praticam um tipo sustentável de lavoura e nem conseguiram melhorar seu desenvolvimento socioeconômico. É o que aponta a dissertação Sustentabilidade Ambiental do Etanol no Estado de São Paulo, defendida nesta terça-feira, 3 de agosto, por Antônio Juliani, no Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS) da UnB.
Juliani analisou 306 municípios paulistas com área de produção de cana de açúcar superior a 5 mil hectares. Segundo o pesquisador, 218 deles têm baixo índice de desenvolvimento socioeconômico, ou seja, 71%. Quando analisada somente a sustentabilidade ambiental, somente oito (2%) apresentam índice satisfatório.
O autor sustenta que muito se fala sobre as implicações ambientais da produção da cana-de-açúcar para biocombustíveis, mas pouco sobre as condições de vida das populações das regiões produtoras. “Parece que está tudo bem desde que não se plante na Amazônia”, pondera. Segundo ele, não se pode desconsiderar os níveis de escolaridade e renda das populações, porque isso tem também implicações ambientais. “Uma população em condição de vulnerabilidade social tem menos consciência da necessidade de preocupar-se com o meio ambiente”, defende.
Outra causa para os baixos níveis de sustentabilidade ambiental é a falta de envolvimento das prefeituras com políticas voltadas para a área. “É necessário criar leis que regulamentem e fiscalizem a produção de etanol”, sugere.
ÍNDICE – Para medir o desenvolvimento socioeconômico, o pesquisador utilizou o Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS), que mede a riqueza do município e a escolaridade e longevidade da população. “Ele se difere do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) porque pondera outras variáveis, como a faixa etária ou o consumo de energia elétrica”, conta. Também utilizou o Índice Paulista e Vulnerabilidade Social (IPVS), que mede a dificuldade de acesso a questões básicas como saúde e educação. Casando os dois índices, Juliani montou o índice de desenvolvimento sócio-econômico (ID).
Para medir a sustentabilidade ambiental, o autor utilizou indicadores relacionados à biodiversidade, qualidade do ar, qualidade da água, concentração da cultura de cana de açúcar, nível de mecanização da lavoura, uso de adubação verde e adequação ao zoneamento agroambiental para o setor no estado de São Paulo.
“O trabalho do Juliani é relevante porque se preocupa com as práticas por trás da produção do etanol”, sustenta o professor da Universidade Federal de Santa Catarina, Hans Bellen. Segundo ele, o índice tem a preocupação de mostrar o lado social por trás do desenvolvimento econômico nos municípios. A professora Vanessa Castro, do CDS/UnB, destaca o grande número de municípios analisados. “É relevante porque faz grande estudo de caso e ainda traz grupo de comparação. É quase um censo da produção de etanol no estado de São Paulo”, diz.
Reportagem de Juliana Braga, da Secretaria de Comunicação da UnB, publicada pelo EcoDebate, 09/08/2010.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Equador receberá US$ 3,6 bi para não explorar petróleo na Amazônia

O governo do Equador assinou nesta terça-feira um termo de compromisso com as Nações Unidas pelo qual concorda em não explorar reservas de petróleo que ficam dentro de uma área de proteção ambiental na Amazônia para, em troca, receber cerca de US$ 3,6 bilhões de países ricos.
Para ler a notícia completa clique aqui.

domingo, 1 de agosto de 2010

Earth Song por Michael Jackson

O vídeo é do single de maior sucesso de Michael Jackson no Reino Unido, que não foi nem "Billie Jean", nem "Beat it", e sim a ecológica "Earth Song", de 1996. A letra fala de desmatamento, pesca predatória e poluição, e, por um pequeno detalhe, talvez você nunca terá a oportunidade de assistir na televisão.
O Detalhe: "Earth Song" nunca foi lançada como single nos Estados Unidos, historicamente o maior poluidor do planeta. Por isso a maioria de nós nunca teve acesso ao clipe.
Filmado em África, Amazónia, Croácia e New York.
 
Fonte: http://sorisomail.com/email/12091/clip-censurado-nos-eua--mickael-jackson-.html

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Pensando Como um Economista

Introdução do livro:

Diane Coyle, em Sexo, Drogas e Economia, livro que retrata a Economia sob um ponto de vista diferenciado, afirma que qualquer um que deseja que o mundo seja um lugar melhor deve conseguir pensar como um economista.
Tal afirmação carrega parcela considerável de veracidade; afinal, indiscutivelmente, qualquer mudança na atividade econômica acarreta sensíveis alterações no comportamento social, político e cultural dos indivíduos.
Fora isso, de certa maneira, a Economia consegue passar aos indivíduos o poder do conhecimento sobre o mundo em que vivemos.
Nesse pormenor, não é descabido afirmar que a ciência econômica é perfeitamente capaz de operar verdadeira transformação social. Apenas esses “requisitos” bastariam, em nosso entendimento, para enaltecer o importante papel que as Ciências Econômicas têm exercido no cotidiano de cada um de nós, interferindo, direta ou indiretamente nos acontecimentos, ainda que, por vezes, não nos damos conta disso.
Não é por acaso então que essa ciência social, que um dia foi injustamente chamada de lúgubre (dismal science), vem ganhando, a cada dia, maior importância na vida de todos nós.
Nesse sentido, muitas publicações têm enaltecido esse “outro” lado da Economia, descortinando, assim, uma imagem carregada de ciência que, até então, somente tratava da frieza dos números, dos índices, dos gráficos; desprovida, portanto, do aparato analítico voltado ao social.
Nessa linha de análise, nossa obra anterior – “Provocações Econômicas” – se coloca para ajudar a ‘desmistificar’ essa ciência social que é, por essência, portadora de um caráter intrínseco de mudança.
É por isso então que entendemos, cada vez mais, que estudar ciências econômicas, pensar a economia como um todo, e ‘praticar’ a economia (enquanto atividade e ciência) tem contribuído, sobremaneira, para aqueles que visam entender as consideráveis situações que, com frequência, nos vemos envolvidos no cotidiano. Esta presente obra que o leitor tem agora diante de si, se apresenta também com essa mesma intenção.
“Pensando como um economista”, em seus dez capítulos, de forma concisa, proporciona conduzir o leitor ao universo temático que cerca a Economia e alguns de seus ‘segredos’.
Todavia, se for possível definir um objetivo fundamental desta obra, esse vai, certamente, ao encontro daquilo que Alfred Marshall, um dos mais brilhantes economistas de todos os tempos, pensava sobre Economia. Seu objetivo na análise econômica era um só: encontrar uma solução para os problemas sociais. De toda sorte, foi Marshall que, definitivamente, nos ensinou a empenhar-se na busca de uma melhora do bem-estar da humanidade com o utilitarismo de Stuart Mill.
Assim sendo, a leitura do presente texto, a exemplo da frase de Mario Benedetti com a qual abrimos essa obra, carrega, na essência, esse sentimento. Por meio de ações, é perfeitamente possível sim buscar-se a construção de um mundo melhor para todos. A economia, para nossa felicidade, possui as ferramentas necessárias para tal transformação. Disso não tenhamos dúvidas.
À todos que resolverem enfrentar às páginas que se seguem, em seus 11 breves capítulos, fica aqui o desejo de boa leitura!


Boa leitura,
Prof. Celso Ricardo Salazar Valentim
** Marcus Eduardo de Oliveira, colunista do EcoDebate, é Economista e professor de economia da FAC-FITO e do UNIFIEO. Especialista em Política Internacional pela (FESP) e mestre pela (USP). Contato: prof.marcuseduardo@bol.com.br

EcoDebate, 30/07/2010